Olá leitoras queridas!
O post de hoje é o relato do momento mais especial, surpreso e emocionante da minha vida. Hoje, contarei para vocês como o Francisco veio ao mundo e como foi a minha experiência com a cesariana. Esse post foi muito pedido, mas eu demorei quase 1 ano para escrevê-lo, pois há pouco tempo eu consegui concluir o que senti, esperei e vivi dessa experiência.
Em primeiro lugar eu queria dizer que tudo que escrevi nesse post são experiências e sentimentos muito particulares meus. Eu não estou fazendo “apologia” a nenhum tipo de parto ou julgando escolhas e peço que façam o mesmo por mim. Cada um tem uma história, motivos, razões, crenças e isso não deve ser questionado.
Vou começar contanto algumas coisas anteriores a esse momento (pois, é necessário para vocês entenderem as minhas escolhas e sentimentos): Desde o primeiro dia que eu desejei ser mãe eu sempre sentia e dizia que teria o meu primeiro filho com 25 anos, mas quando eu estava com 23 anos eu e meu marido planejamos o nosso primeiro filho e engravidamos. Lembrei-me desse detalhe algumas vezes e pensei: estou muito feliz que isso tenha acontecido antes! Infelizmente esse bebê tão esperado e amado tinha uma missão muito curta nesse mundo e com 12 semanas nós descobrimos que ele não tinha mais vida (como nos falaram). Foi um momento muito difícil e doloroso (emocionalmente e fisicamente, pois eu enfrentei todas as dores de um parto normal).
Nós demoramos 1 ano para engravidar novamente, pois eu tive algumas (sérias) complicações e resolvemos fazer muitos exames no meu útero, genéticos, detalhados, enfim, tudo que fosse possível para descobrir “O PORQUÊ”. No final, descobrirmos que não existia um motivo foi apenas o acaso e nós éramos totalmente saudáveis.
1 ano depois quando nos sentimos seguros e conseguimos trabalhar esse trauma em nossas vidas, engravidamos novamente. Com certeza foi a maior alegria da nossa vida. Escolhemos o parto cesárea, pois por mais tranquila que a minha gravidez estivesse eu não conseguia relaxar, eu estava muito ansiosa (engordei 25 kg -e perdi todos- mas, não façam isso) e a minha família também, decidimos juntos (não que eu concorde com isso, quem deve escolher é a mulher, mas as pessoas viam o meu estado e opinavam) que essa era a melhor opção (naquele momento eu pensava isso).
Logo descobrirmos que o Francisco nasceria no mesmo mês que eu, mas a data prevista para o parto era distante do meu aniversário (dia 11 ou 15). Como a vida tem o costume de nos dar grandes surpresas e presentes lindos, difíceis de explicar. No dia 05 de agosto de 2014 (um dia antes do meu aniversario de 25 anos) o Francisco resolveu vir ao mundo!
Foi a maior loucura da minha vida, o momento mais intenso, inesperado e feliz. As 5:00 da manhã acordei com um barulho, um “estouro” e quando levantei da cama me dei conta de que a minha bolsa havia rompido. Acordei o papai e ligamos para o “nosso” médico e em pouco tempo (e muito perdidos) fomos para o hospital para conhecer o nosso milagre, o amor da nossa vida!
Chegando ao hospital (com muito frio), senti o início das dores do parto normal (eu já havia sentido antes e já sabia o que esperar). Nesse momento comecei a entrar em pânico total, a minha pressão que sempre era (normalmente e durante a gravidez) 10/8 estava em 17. Eu estava apavorada. Eu comecei a reviver tudo que eu havia passado quando perdi o meu primeiro bebê e permiti que o medo tomasse conta. Quanto mais eu sentia as contrações, mais apavorada eu ficava. Lembro até hoje de perguntar a cada 2 minutos para a gentil enfermeira que me acompanhava (queria muitooooo lembrar o nome dela!) como estava o meu bebê. A cada contração eu só rezava para que o médico chegasse e me mostrasse o Francisco logo e me dissesse: ele está bem!
Eu descobri naquele momento que eu jamais teria condições psicológicas para ter outro tipo de parto, eu não teria força, eu não colaboraria. E gradeço muito ao médico que nos acompanhou (Dr. Romar por me questionar – e perceber o nível da minha ansiedade e do meu medo de perder outro bebê- como eu queria viver esse momento e me alertar sobre alguns detalhes importantes nessa caminhada, sem me influenciar em qualquer decisão). Eu acredito fielmente que o sucesso (quando não depende de questões de saúde) de um parto depende muito do estado psicológico e emocional da mãe.
Voltando… Quando o médico chegou eu estava apavorada e ao mesmo tempo aliviada. A cesariana é um procedimento cirúrgico e obviamente isso será um momento mais tenso, sério e frio, sem muita interação, será rápido. Você não terá poder, quem comanda é o médico, faz parte do processo. E eu me senti exatamente dessa maneira: sem poder!
Durante o procedimento você sente algo mexendo, puxando, não sabe o que é e simplesmente em minutosssss o Francisco nasceu e chorou muito (para a minha alegria). Eu o vi e ele foi levado para longe de mim (isso me magoa até hoje, ele não ter ficado mais tempo pertinho de mim), tão rápido que nem uma foto eu lembrei de tirar com ele. Depois, eu fiquei mais um tempo até o procedimento terminar e fui para uma sala de recuperação e fiquei 1 hora esperando (tremendo de frio) para conhecer e ver o meu bebê (tudo corretamente como o procedimento, lembrem-se: é uma cirurgia de grande porte e isso é necessário). Nesse momento eu só rezava para que Deus me protegesse.
O Francisco foi muito bem atendido pela pediatra que acompanhou o parto (maravilhosa) que inclusive é até hoje a mesma (a Dra. Lilian Silva) e pela equipe de enfermeiras do hospital São Miguel. Foi tudo exatamente como eu havia planejado: o papai ficou com o Francisco o tempo todo, desde o segundo que ele nasceu. Ele não ficou sozinho, ele ficou pertinho do papai. Ele não recebeu colírio de nitrato de prata nos olhos (pois, não era necessário). Enfim, esse momento aconteceu exatamente como eu esperava. Era algo que eu falava a gravidez toda e me preocupava muito: “Maci, não deixa o Francisco um segundo sozinho, conversa com ele, apresenta o mundo para ele, etc.”
(Francisco nasceu com 3.240 kg, 50 cm de 39 semanas e 3 dias).
Quando sai da sala de recuperação, o Francisco e o papai me acompanharam e depois disso eu não fiquei um segundo longe dele. Posso garantir que tudo que eu vivi antes disso se apagou! O meu leite “desceu” rápido (falarei sobre isso em outro momento) e ele já pode mamar. Francisco ficou no mesmo quarto que nós e não em um berçário (era o nosso objetivo também). Foi como deveria ser… Francisco nasceu no dia que escolheu, quando estava realmente pronto!
(Papai apresentando o Francisco para a mamãe emocionada!)
(Coladinhos desde aquele momento!)
Sobre o pós-cirúrgico/cesárea:
Vou ser sincera com todas vocês, tanto a cesárea quanto o parto normal você irá sentir dor, aliás, a dor faz parte da vida, faz parte do nascer. Não tema isso, sério, não foque nisso, pois no parto normal existe dor, na cesárea existe dor, no parto natural existe dor. Não se engane em pensar que na cesárea você não irá sentir nada.
Tem mulheres que sentem menos e mulheres que sentem mais, mas sentem. Foque no seu momento, no seu objetivo e leia mais sobre cada tipo de parto que existe. Não se prenda a opinião da sua família, dos seus amigos, até do seu médico (se não for um caso de necessidade e saúde, claroo), foque no seu desejo e converse com quem você confia (bem informado) e já fez essas escolhas.
Eu senti muita dor nos próximos dias, eu odiei não ter a movimentação que eu precisava (mesmo com dor eu não parava ou deixava de fazer tudo que o Francisco precisava). Eu achei o segundo dia pior que o primeiro. Eu sofri muito para amamentar no início e para aprender por não ter liberdade para me mexer. Enfim, eu achei o pós-operatório muito “chato” e ninguém teve coragem (ou sublimou) de me contar muitos detalhes sobre esse momento e vou confessar: eu ANA (minha vivência) prefiro a dor do parto (sim, eu conheço e senti elas na primeira gravidez e sim dói exatamente da forma que todooo mundo descreve), mas a liberdade do que vem depois.
Meses depois do meu parto eu tive coragem de dizer que eu não gostei do que eu vivi, que esse parto “frio” não combina comigo e foi nesse momento que eu percebi que eu deixei a dor passada, o medo e falta de conhecimento me dominar. Hoje, eu vejo tudo de uma forma muito diferente. E mesmo com todo o conhecimento que eu tenho hoje eu sei que naquele momento eu não conseguiria fazer diferente, ter outra escolha. Só eu sei o medo que eu senti, as lembranças que eu vivi. Hoje, ahhh hoje! Minha cabeça mudou, minha forma de ver o mundo mudou. Hoje, se eu tiver outra opção (que não apresente riscos e eu estiver realmente preparada) minha escolha será diferente, mas apenas hoje!
E então, aos 25 anos eu me tornei mãe! Exatamente como eu sempre imaginei! E descobri que eu nasci para essa missão tão sagrada e maravilhosa. Descobri que eu sou a pessoa mais feliz desse mundo. Com certeza eu aprendi a agradecer muito mais do que pedir todos os dias.
E se eu indico minhas escolhas?
É Impossível nesse momento indicar algo tão particular e eu jamais faria isso, pois apenas cada mulher sabe o que se passa em seu coração, do que é capaz em determinado momento, da dor ou da alegria que carrega. Eu acredito que cada mulher DEVE TER O DIREITO DE ESCOLHER, seja cesárea ou parto normal e não ser julgada por isso.
Hoje, pela primeira vez eu abri o meu coração 100% para vocês, para dividir esse momento de felicidade e angustia da minha vida. Eu apenas falei sobre “o meu momento” e sobre as minhas emoções muito particulares! Obrigada por vocês me acompanharem, por me darem essa liberdade, por poder compartilhar essas dores e alegrias com vocês!
E jamais esqueça…
NINGUÉM É MENOS MÃE PELO TIPO DE PARTO QUE ESCOLHEU (ou precisou escolher). Ninguém ama menos o (a) filho (a) por esse motivo, me perdoem, mas, isso é bobagem! Isso é hipocrisia! Ser mãe vai muito além disso, aliás, MUITOOOOOOOOO ALEMMM desse momento. Ser mãe tem muito “tapa na cara”, “acorda pra vida”, “se acalma”, “respira” e “viva o momento”.
Meu único conselho: faça aquilo que o seu coração mandar, se informe muitoooo sobre o assunto, tenha coragem, confie no seu potencial e em Deus que o resto acontece naturalmente!
Não se sinta menos mãe se você como eu não teve o parto “ideal”, aquele que você imaginou ou aquele que realmente desejava (se tiver outra oportunidade, tenha, mas no momento: viva!). Se sinta apenas o que você realmente é: uma mãe que ama mais do que tudo nesse mundo!
E por favor, se acalme, descubra maneiras de se tranquilizar e se equilibrar (o conhecimento é uma forma), cure seus traumas, tire fotos, deixei as preocupações “bobas” de “mãe de primeira viagem” um pouco de lado E VIVA ESSE MOMENTO ÚNICO, pois é exatamente isso que eu farei da próxima vez!
(Enfim, tudo se resume em amor!)
Parabéns! Lindo relato ! Mãe é mãe, indiferente do tipo de parto!
Eu sempre quis ter parto normal, desde o começo fiz essa escolha, quando a Amanda quis nascer, ficamos 19 horas tentando o parto normal, porém nao foi possivel, tive que fazer cesárea! Confesso que na hora me apavorei, nao estava preparada para se assim, fiquei até um pouco decepcionada comigo mesma , mas agora compreendo que foi para o nosso bem! Faria tudo de novo!!
Muito linda sua história. Eu também tive parto cesária, confesso q na hora me desesperei, chorrei não sabia como agir.. Mais graças a Deus minha anjinha anna Francisca nasceu mto bem. Na minha opinião, parto pode ser de qualquer forma, cesária ou normal, o importante é que nasçam bem e saudáveis.. Nossos pequenos anjos de Deus.
Lindo e mto sincero! Parabéns pela matéria… e mãe eh mãe de todas as formas! Viva sempre com mta alegria. Medo nos contagia, infelizmente, mas o melhor de tudo eh ver q ele eh superado pelo amor!!!!!! ????????????????
Olá, boa tarde…
mal comecei a ler esse seu relato do parto e já me emocionei, tbm passei por um aborto, com 11 semanas (nos disseram a msm coisa) e também resolvi esperar meu corpo reagir e expelir naturalmente o nosso primeiro amor (nosso anjo, como sempre nos referimos a ele) senti o que pode se chamar de as dores de um “parto”….(há varias musicas q descrevem o que senti, foi devastador, depois de anos planejando, cuidando da minha saúde (pois tenho alguns detalhes pra cuidar) tirei o diu, pude então engravidar, dentro de dois meses estava gravida mas este era o plano de Deus, ter mais um anjo com ele)….mas Deus é maior, não nos desampara…e depois de 3 meses pude tentar novamente, com mais dois meses estava novamente gravida e ai então mais uma coincidência nossa Ana, está a caminho o nosso Francisco, (o nome mais lindo de todos que eu sempre quis ter um filho para chamar e Deus está me dando esse presente…hoje estou com 6 meses de gestação (24 semanas) e só tenho a agradecer…
estou adorando ler td sobre suas opiniões e o que vc viveu e vive com suas riquezas….mas tive que parar para escrever quando vi essa mais esta coincidência que temos…
parabéns por ter acreditado e Deus te recompensou…vc tbm tem um anjo e duas joias para cuidar…
bjs.
Que depoimento lindo, estou emocionada demais. Estou grávida de 6 semanas, e descobri que é de gêmeos! Estou com o coração a mil, aprendendo a cada dia procurar uma maneira que acalme o meu coração. Estou muito feliz e ansiosa.