Teste: Descubra o temperamento do seu bebê!

Olá mamães!

 

Há alguns meses eu publiquei o post: “Como ensinar o bebê a dormir a noite toda” (clique aqui para ler) e citei um teste para conhecer o nosso bebê e descobrir qual o temperamento dele. Muitas mamães solicitaram e ainda solicitam muito o envio do teste por e-mail, mas eu não estou mais conseguindo enviá-lo rapidamente (devido a grande demanda do site). Então, para não deixá-las esperando resolvi postar para todas vocês terem a acesso a ele e compartilharem com suas amigas mamães e futuras mamães!

O teste não tem relação apenas com o sono, é sobre o temperamento do bebê em geral.

 

E para que ele serve?

O teste pode “trazer uma luz” para as mamães entenderem mais sobre o seu bebê e dessa forma facilitar a relação de ambos. Também, para aprender a respeitar o nosso filhos, os seus limites, seus gostos, o seu jeito particular e especial de ser!.

Após o teste segue uma pequena reflexão sobre como é importante respeitar, conhecer e aprender a se comunicar com o nosso bebê. Vale muitoooo a pena ler!

 

*O teste e o texto foram retirados do livro: “Os segredos de uma encantadora de bebês”, da autora: “Tracy Hogg”, que aliás, eu super indico para todas as mamães.

 

Qual o Temperamento do seu filho?

 Sugiro que você e seu parceiro respondam a essas questões (separadamente).

Se você for pai ou mãe solteira, peça a cooperação de seus pais, de um irmão, de um bom amigo ou da babá – ou seja, de qualquer pessoa que passe bastante tempo com o bebê.

Por que duas pessoas devem responder ao teste?

Em primeiro lugar, e em especial quando as duas pessoas são o pai e a mãe, cada um tem uma visão diferente do filho. Aliás, não existem duas pessoas que vejam qualquer coisa exatamente da mesma forma.

Em segundo lugar, os bebês tendem a agir de maneira diferente com pessoas distintas. Esse é simplesmente um fato da vida.

Em terceiro, tendemos a nos projetar em nossos bebês e, às vezes, nos identificamos muito com seu temperamento – e enxergamos apenas o que queremos ver. Sem o perceber, você pode estar exageradamente concentrada em determinadas características de seu bebê ou, por outro lado, não conseguir enxergá-las. Por exemplo, se você era tímida e as outras crianças a importunavam muito na escola, pode estar dando muita importância ao fato de seu bebê chorar na presença de estranhos. É doloroso imaginar que seu filho terá de passar pelos mesmos problemas sociais que você, não é mesmo? Sim, nós nos projetamos com esse tipo de exagero em nossos bebês. E nos identificamos. Na primeira vez em que um garotinho consegue cabecear uma bola, papai provavelmente dirá: “Veja só o meu jogador de futebol”. E se o menino for facilmente acalmado pela música, a mamãe, que toca piano desde os 5 anos, dirá: “Já vi que ele herdou meu ouvido musical”.

 Por favor, não briguem se as respostas forem diferentes. Não é um campeonato para ver quem é mais inteligente ou quem conhece mais o bebê. O teste apenas os ajudará a entender melhor esse pequeno ser humano que acaba de entrar em sua vida.

Depois de marcar as respostas de  acordo com as instruções, vocês verão qual é a descrição que mais combina com seu bebê.

Naturalmente, alguns bebês apresentam uma mescla de personalidades. A ideia aqui não é tipificar seu filho – isso seria muito impessoal – mas sim ajudá-los a observar as pistas que procuro em um bebê, como padrões de choro, reações, padrões de sono e disposição, os quais, no final, ajudam a determinar de que o bebê necessita.

 

Teste: Conheça seu Bebê:

 

Para cada uma das questões seguintes, escolha a melhor resposta – em outras palavras, a frase que descreve o comportamento de seu filho na maior parte do tempo.

 

1 – Meu bebê:

A- raramente chora

B- chora apenas quando está com fome, cansado ou superestimulado

C – chora sem motivo aparente

D- chora muito alto e, se não o atendo logo, começa a berrar

E- chora grande parte do tempo

 

2 – Na hora de dormir, meu bebê:

A- fica tranqüilo no berço e logo dorme;

B- em geral, pega no sono facilmente dentro de 20 minutos;

C- reclama um pouco e parece sonolento, mas não consegue manter o sono;

D- é muito agitado e geralmente precisa ser envolvido em um cobertor ou embalado no colo;

E- chora muito e parece não gostar de ser colocado no berço,

 

3 – Quando acorda, de manhã, meu bebê:

A- raramente chora – ele fica brincando no berço até eu chegar;

B- murmura e olha a seu redor;

C- precisa de atenção imediata, senão começa a chorar;

D- grita;

E- choraminga.

 

4 – Meu bebê sorri:

A- para tudo e para todos;

B- quando estimulado;

C- quando estimulado, mas às vezes começa a chorar minutos depois de sorrir;

D- muito e também é muito vocal: ele tende a fazer ruídos muito altos;

E- apenas em determinadas circunstâncias.

 

5 – Quando levo meu bebê para passear, ele:

A- é extremamente comportado;

B- é comportado, desde que eu não o leve para um local muito agitado ou desconhecido;

C- fica bastante irrequieto;

D- exige muito minha atenção;

E- não gosta de ser muito manipulado,

6 – Quando um desconhecido simpático conversa com ele, meu bebê:

A- sorri imediatamente;

B- fica um pouco sério e depois geralmente sorri;

C- quase sempre chora, a menos que o desconhecido consiga conquistá-lo;

D- fica muito agitado;

E- raramente sorri.

 

7 – Quando escuta um ruído muito alto, como um cachorro latindo ou uma porta batendo, meu bebê:

A- nunca se incomoda;

B- percebe, mas não se incomoda;

C- fica visivelmente assustado e, em geral, começa a chorar;

D- também faz um ruído alto;

E- começa a chorar.

8 – Na primeira vez em que dei um banho em meu bebê, ele:

A- gostou da água como se fosse um peixe;

B- ficou um pouco surpreso com a sensação, mas gostou quase imediatamente;

C- ficou muito sensível, tremeu um pouco e parecia estar com medo;

D- ficou frenético, batia os braços e as pernas, esparramando a água;

E- detestou o banho e chorou.

 

9 – Normalmente, a linguagem corporal de meu bebê é:

A- relaxada e alerta;

B- relaxada na maior parte do tempo;

C- tensa e muito reativa aos estímulos externos;

D- desajeitada – ele bate muito os braços e as pernas;

E- rígida – seus braços e suas pernas geralmente são inflexíveis.

 

10 – Meu bebê faz ruídos altos e agressivos:

A- ocasionalmente;

B- apenas quando está brincando e é muito estimulado;

C- quase sempre;

D- freqüentemente;

E- quando está bravo.

 

11 – Quando troco as fraldas do meu bebê, dou banho nele ou o visto:

A- ele sempre se comporta com tranqüilidade;

B- ele se comporta se eu não fizer movimentos muito rápidos e se souber o que estou fazendo;

C- geralmente fica mal-humorado, como se não suportasse ficar nu;

D- contorce o corpo e derruba tudo do trocador;

E- ele detesta, vestir uma roupa é sempre uma batalha.

 

12 – Quando levo meu bebê para um ambiente muito iluminado, pela luz do sol ou por lâmpadas fluorescentes, ele:

A- enfrenta a situação com naturalidade;

B- às vezes parece assustado;

C- pisca excessivamente ou tenta esconder o rosto;

D- fica superestimulado;

E- parece perturbado.

 

13a – (Se você dá mamadeira) Quando alimento meu bebê, ele:

A- sempre suga de forma adequada, presta atenção e, em geral, alimenta-se em 20 minutos;

B- se mostra um pouco atrapalhado com os movimentos de sugação, mas quase sempre se alimenta bem;

C- contorce muito o corpo e demora para terminar a mamadeira;

D- segura a mamadeira de forma agressiva e tende a se alimentar demais;

E- geralmente é mal-humorado e demora muito para se alimentar.

 

13b – (Se você amamenta) Quando amamento meu bebê, ele:

A- começa a mamar imediatamente – foi bem fácil desde o primeiro dia;

B- demorou um ou dois dias para conseguir mamar direito, mas depois ficou tudo bem;

C- sempre quer mamar, mas ocasionalmente larga o seio, como se tivesse esquecido como fazer;

D- alimenta-se bem desde que eu o segure do jeito que ele quer;

E- fica muito bravo e agitado, como se não tivesse leite suficiente para ele.

 

14- O comentário que melhor descreve a comunicação entre mim e meu bebê é:

A- ele sempre consegue que eu saiba exatamente qual é a sua necessidade;

B- na maior parte do tempo, é fácil interpretar suas dicas;

C- ele me confunde: às vezes, chega a gritar comigo;

D- seus gostos e desgostos são firmados de modo bem claro e freqüentemente barulhento;

E- ele geralmente chama minha atenção com um choro alto e tenso.

 

15- Quando vamos a uma reunião familiar e muitas pessoas querem segurá-lo, meu bebê:

A- é muito adaptável;

B- é bastante seletivo em relação a quem deseja segurá-lo;

C- chora facilmente se muitas pessoas o segurarem;

D- pode chorar ou até mesmo tentar se afastar dos braços de alguém se não se sentir confortável;

E- recusa-se a ir com qualquer pessoa que não seja a mamãe ou o papai.

 

16- Quando voltamos para casa depois de um passeio qualquer, meu bebê:

A- adapta-se imediatamente;

B- demora alguns minutos para se ambientar;

C- tende a ficar muito agitado;

D- geralmente está superestimulado, e é difícil acalmá-lo;

E- parece bravo e infeliz.

 

17- Meu bebê:

A- distrai-se por um longo período observando um único objeto, até mesmo as barras do berço;

B- consegue brincar sozinho por cerca de 15 minutos;

C- tem dificuldade para divertir-se em um ambiente desconhecido;

D- precisa de muito estímulo para se distrair;

E- não se distrai facilmente com alguma coisa.

 

18- O aspecto mais perceptível de meu bebê é:

A- como ele é adaptável e incrivelmente bem-comportado;

B- como seu desenvolvimento segue um trajeto preciso, exatamente como descrevem os livros;

C- sua sensibilidade a tudo;

D- sua agressividade;

E- como ele é resmungão.

 

19- Meu bebê parece:

A- sentir-se absolutamente seguro no berço;

B- preferir o berço na maior parte do tempo;

C- sentir-se inseguro no berço;

D- irritado, como se o berço fosse uma prisão;

E- ressentido quando é colocado no berço.

 

20- O comentário que melhor descreve meu bebê é:

A- nem parece haver um bebê na casa – ele é um sonho;

B- é fácil lidar com ele, ele é previsível;

C- ele é uma coisinha muito delicada;

D- eu acho que, quando começar a engatinhar, ele vai esbarrar em tudo;

E- ele é uma “alma velha”, parece que já esteve por aqui antes;

 

Resultado:

Para saber o resultado do teste, escreva as letras A, B, C, D e E em um papel e, ao lado de cada  uma, anote quantas vezes a marcou durante o teste.

Cada letra denota um tipo correspondente:

A = bebê Anjo

B = bebê Livro-texto

C = bebê Sensível

D = bebê Enérgico

E = bebê Irritável

 

Dirigindo Toda a Sua Atenção para o Tipo do seu Bebê:

Depois de somar a frequência das letras, provavelmente você terá escolhido um ou dois tipos com predominância. Quando ler as descrições, lembre-se de que estamos falando sobre uma maneira de se comportar no mundo, e não de uma disposição ocasional ou de um comportamento associado a uma dificuldade, como uma cólica ou um marco específico do desenvolvimento, como a erupção dos dentes. Provavelmente você reconhecerá seu bebê em um dos resumos seguintes, ou talvez ele combine características de diferentes tipos. Leia todas as cinco descrições. Dei exemplo de cada um dos perfis com um bebê conhecido, que corresponde quase exatamente àquelas características.

 

Bebê Anjo:

Como era de esperar, esse é o tipo de bebê que todas as mulheres que engravidam pela primeira vez imaginam ter: ele parece um verdadeiro sonho. Pauline é um bebê desse tipo: doce, eternamente sorridente e muito pouco exigente.      Suas dicas são fáceis de interpretar. Ela não é perturbada por ambientes novos e é extremamente comportada – na realidade, você pode levá-la para qualquer lugar. Ela tem facilidade de se alimentar, brincar e dormir e em geral não chora quando acorda. Você encontrará Pauline brincando em seu berço quase todas as manhãs, conversando com um bicho de pelúcia ou apenas se distraindo com a faixa do papel de parede. Um bebê Anjo quase sempre consegue se acalmar sozinho; mas, se estiver muito cansado, talvez porque suas dicas não tenham sido bem interpretadas, a única providência necessária é aconchegá-lo um pouco e dizer: “Eu estou vendo que você está muito cansado”. Depois, cante uma canção, deixe o quarto confortável, escuro e silencioso, e logo ele dormirá.

 

Bebê Livro-texto:

Esse é o nosso bebê previsível e, como tal, é consideravelmente fácil lidar com ele. Oliver insinua tudo o que fará, por isso não existem muitas surpresas com ele. Ele chega a todos os marcos exatamente de acordo com o previsto – dorme a noite toda aos 3 meses de idade, consegue rolar aos 5 e senta-se aos 6. Suas manifestações do processo de crescimento parecem um relógio. Nos períodos em que seu apetite aumenta repentinamente, ele está ganhando peso e se desenvolvendo com rapidez. Quando tem apenas 1 semana, já consegue brincar sozinho por um período curto- 15 minutos aproximadamente – e também murmura muito e olha ao redor. Além disso, sorri quando alguém sorri para ele. Embora Oliver tenha períodos normais de mau humor, exatamente como os livros descrevem, é fácil acalmá-lo. Também não é difícil fazê-lo dormir.

 

Bebê Sensível:

Para um bebê ultra-sensível, como Michael, o mundo parece uma série interminável de desafios sensoriais.        Ele se assusta com o ruído de uma motocicleta passando na rua, com os sons da TV, com um cachorro latindo na casa do vizinho.      Ele pisca ou tenta afastar o rosto de uma luz forte. Às vezes chora sem motivo aparente, mesmo quando está sozinho com a mãe. Nesses momentos, ele está tentando dizer na sua linguagem de bebê: “Eu já estou cansado, preciso de um pouco de paz e silêncio”. Freqüentemente, fica irritado depois de algumas pessoas o segurarem ou depois de passear. Ele brinca sozinho por alguns minutos, mas precisa se certificar da proximidade de alguém que ele conheça bem – a mamãe, o papai ou a babá.      Já que esse tipo de bebê gosta muito de sugar, a mamãe pode interpretar mal suas dicas e pensar que ele está com fome, quando uma chupeta poderia acalmá-lo. Ele também pode se alimentar de uma forma errática, às vezes agindo como se tivesse esquecido como fazê-lo. Durante as sonecas e à noite, Michael com freqüência tem dificuldade em pegar no sono. Bebês Sensíveis como ele facilmente saem dos horários programados, porque seu sistema é muito frágil. Uma soneca muito longa, o fato de pular uma refeição, uma visita inesperada, uma viagem, uma mudança na rotina – qualquer um desses eventos pode colocar Michael em desespero. Para acalmar o bebê Sensível, você terá de “recriar o ventre”. Envolva-o bem firme em um cobertor, aconchegue-o no seu ombro, sussurre perto do ouvido dele ritmicamente um som que lembre o da água fluindo pelo ventre e dê tapinhas suaves nas costas dele, imitando o ritmo cardíaco (isto, aliás, acalma a maioria dos bebês; mas funciona especialmente com o Sensível). Se você tiver um bebê Sensível, quanto mais rápido aprender a interpretar suas dicas e seu choro, mais simples sua vida será. Esses bebês adoram estrutura e previsibilidade – nada de surpresas, muito obrigado.

 

Bebê Enérgico:

Esse é o bebê que parece sair do ventre já sabendo do que gosta e do que não gosta, e ele não hesita em mostrar isso a todos. Bebês como Karen são muito vocais e, às vezes, chegam a parecer agressivos. Ela freqüentemente chama a mamãe e o papai aos gritos quando acorda pela manhã. Ela detesta ficar com as fraldas sujas e comunicará “Troque-me” vocalizando violentamente seu desconforto. Na realidade, balbucia muito e bem alto. Sua linguagem corporal tende a ser um pouco desajeitada.      Karen freqüentemente precisa ser envolvida em um cobertor para dormir, porque seus braços e suas pernas ficam se debatendo e a deixam superestimulada. Quando começa a chorar e o ciclo não é interrompido, parece chegar a um ponto do qual não há retorno: seu choro vai se prolongando até atingir um estado de raiva extrema. Um bebê Enérgico provavelmente segurará a mamadeira em idade prematura. Ele também percebe os outros bebês antes que eles o percebam e, assim que tiver idade para desenvolver uma preensão boa e firme, pegará também os brinquedos dos outros.

 

Bebê Irritável:

Eu defendo a teoria de que bebês como Gavin já estiveram por aqui antes – eles são “almas velhas”, como costumo chamá-los, e não ficaram nada felizes em voltar ao mundo. Eu posso estar errada, é claro, mas independentemente do motivo, garanto que esse tipo de bebê é absolutamente amargo, ou como dizemos em Yorkshire, está bravo com o mundo e mostra isso claramente. Gavin choraminga todas as manhãs, não sorri muito durante o dia e fica inquieto até dormir, todas as noites. Sua mãe tem muitos problemas em conseguir manter as babás, porque elas tendem a levar o mau humor desse bebê   para o lado pessoal. No início, ele detestava tomar banho e, cada vez que alguém tentava trocá-lo ou vesti-lo, ele se tornava impaciente e irritado. Sua mãe tentou amamentá-lo, mas seu fluxo (o ritmo do leite até chegar ao mamilo e passar por ele) era lento, e Gavin não tinha paciência. Embora ela tenha seguido todas as normas, a alimentação ainda é difícil por causa do mau humor dele. Para acalmar um bebê Irritável, a mãe ou o pai precisam ser pacientes, porque esse bebê fica muito bravo e seu choro é particularmente alto e longo. O “murmúrio da água do ventre” precisa ser ainda mais alto que o choro. Ele odeia ser envolvido em cobertores e certamente faz você saber disso. Se o bebê Irritável tiver uma crise, diga: “Está bem, está bem, está bem”, de uma forma rítmica, enquanto o acalenta suavemente de frente para trás.

 

DICA: Quando acalentar um bebê, de qualquer tipo, balance-o para trás e para a frente, e não para os lados ou de cima para baixo. Antes do nascimento, o bebê ia para trás e para a frente enquanto a mãe caminhava; portanto, ele já está acostumado a esse tipo de movimento e é confortado por ele.

 

Fantasia X Realidade:

Tenho certeza de que você já reconheceu seu bebê nas descrições anteriores. Talvez ele seja uma combinação entre dois tipos. Qualquer que seja o caso, essas informações servem para orientar e esclarecer, não para alarmar. Além disso, é menos importante descobrir um “rótulo” que saber o que esperar do temperamento específico de seu bebê e como lidar com ele.

Mas espere um minuto… Você diz que esse não é o bebê com o qual havia sonhado? Ele é mais difícil de acalmar? Contorce mais o corpo do que a maioria dos bebês? Parece mais irritável? Não gosta de ficar no colo? Você está confusa e até mesmo um pouco contrariada. Às vezes, sente até uma ponta de arrependimento. Você não está sozinha. Durante os nove meses da gravidez, praticamente todos os pais formam uma imagem do bebê que estão esperando – a sua aparência, o tipo de criança que será, o tipo de pessoa na qual se transformará. Isso se aplica especialmente às mães e aos pais mais velhos, que tiveram problemas em tomar coragem ou resolveram esperar até os 30 ou 40 anos para iniciar uma família. Sarah, 36 anos, tem um bebê Livro-texto e admitiu, quando sua filha Lizzie tinha 5 semanas: “No começo, eu apenas gostava   de cerca de 25% do tempo que passava com ela. Realmente, achava que não a amava quanto deveria”. Nancy, uma advogada de quase 50 anos que contratou uma mãe de aluguel para conceber Julian – um bebê Anjo – ficou “surpresa em ver como era difícil e como se sentia incapaz tão rapidamente de lidar com a nova situação”. Ela lembra de olhar para seu filho de 4 dias e implorar: “Querido, por favor, não nos mate!”.

O período de adaptação pode demorar alguns dias ou semanas, ou até mais, dependendo de como era a vida antes de o bebê chegar.

Não importando o tempo que demora, todos os pais (eu espero) chegam a um ponto em que aceitam o bebê que tiveram, e a vida continua. (Os pais excessivamente asseados podem ter problemas para conviver com fraldas e regurgitamentos, e as pessoas muito organizadas podem atrapalhar-se com o caos; saiba mais sobre isso no próximo capítulo.)

 

DICA: Mamãe é muito útil conversar com outra mulher que possa lembrá-la de que os altos e baixos são normais, boas amigas que já passaram por isso, suas irmãs ou sua mãe, se tiver uma boa relação com ela. Papai, conversar com amigos que passaram pela mesma situação talvez não ajude tanto. Os homens que participam de meus grupos costumam dizer que os pais tendem a competir uns com os outros, especialmente em relação à falta de sono e de sexo.

 

Amor à Primeira Vista?

Os olhares se cruzam e você fica imediatamente apaixonada – ou, pelo menos, é assim que acontece em Hollywood. Mas essa não é a realidade para muitos casais. E o mesmo acontece com mães e bebês. Algumas mães se apaixonam instantaneamente por seu pequeno, mas, para outras, o encanto demora um pouco a acontecer. Você está exausta, chocada e com medo e, talvez o mais difícil de tudo, você quer que ele seja perfeito, e isso não acontece. Assim, não seja muito dura consigo mesma. Amar um bebê também leva tempo, do mesmo modo como acontece com os adultos – o verdadeiro amor chega quando você começa a conhecer a pessoa.      Essas informações, somadas a um pouco de encorajamento, ajudaram Mary e Tim a se acostumar com a filha com a qual estavam convivendo, ao invés de continuar desejando que Mable fosse mais parecida com os filhos de seus amigos. Estabeleceram um ritmo mais lento quando estavam com ela, restringiram o número de pessoas que a seguravam no colo e começaram a observá-la mais de perto.

Mary e Tim descobriram, entre outras coisas, que Mable lhes fornecia dicas muito claras. Quando começava a se sentir oprimida, virava o rosto, para se esconder da pessoa que estava olhando para ela ou até mesmo de um mobile. Na sua linguagem, Mable estava dizendo aos pais: “Chega de estímulo!”. Mamãe percebeu que, se agisse rapidamente em relação a essas dicas, seria mais fácil fazer a filha dormir. Mas, se ela não prestasse atenção a tempo, Mable começaria a gemer e invariavelmente demoraria muito para se acalmar. Um dia, passei pela casa deles para fazer uma visita rápida: Mary, sempre animada para me contar as novidades da filha, sem querer ignorou suas dicas, e Mable se pôs a chorar. Felizmente, a mãe disse à filha com respeito: “Sinto muito, querida. Eu não estava prestando atenção em você”.

Jane e Arthur. Esse adorável casal, um dos meus favoritos, havia esperado sete anos para ter um filho. James também parecia um bebê Anjo no hospital. Quando chegaram à casa, no entanto, ele chorava quando era trocado e quando tomava banho, chorava, chorava e depois chorava mais um pouco, até quando caía um lenço. Bem, Jane e Arthur são pessoas amáveis, divertidas e com grande senso de humor, mas não conseguiam nem dar um sorriso amarelo para James. Ele parecia absolutamente infeliz, na época.      “Ele chora tanto”, Jane me disse, “e é muito impaciente ao mamar. Devo admitir que espero ansiosamente pelo momento em que ele dorme.” O simples ato de dizer essas palavras em voz alta preocupava o casal. E difícil reconhecer que seu bebê parece estar sob uma nuvem negra. Como muitos pais, Jane e Arthur acreditavam que isso tinha alguma coisa a ver com eles. “Vamos dar um passo para trás e ver James como um indivíduo”, eu sugeri. “O que eu vejo é um menininho que está tentando dizer: ‘Ei, mamãe, você me troca muito devagar’; ‘Oh, não, já é hora de comer de novo?’ ou ‘O quê? Outro banho?'”. Quando emprestei minha voz àquele bebê Irritável, o bom humor de Jane e Arthur logo foi despertado.      Eu relatei a eles minha teoria das “almas velhas” em relação aos bebês Irritáveis. Eles riram muito e reconheceram seu filho.      “Você sabe” disse Arthur, “meu pai é exatamente assim -e nós o amamos por isso. Nós apenas pensamos nele como se fosse um personagem”. De repente, o pequeno James já não parecia um monstrinho que chegara para propositadamente destruir suas vidas.      Ele era James, uma pessoa com temperamento e necessidades, assim como qualquer outra – um ser humano que merecia respeito.

Agora, quando chega a hora do banho, em vez de ter medo dela, o casal se acalma, dá a James mais tempo para se acostumar   com a água e conversa com ele durante toda a experiência: “Eu sei que você não acha isso divertido”, eles dizem, “mas algum dia você irá chorar quando nós o tirarmos do banho”. Eles também pararam de envolvê em-lo um cobertor. Eles aprenderam a antecipar suas necessidades e souberam que, se pudessem evitar uma crise, seria melhor para todo mundo. Aos 6 meses de idade, James ainda apresenta uma tendência ao protesto, mas pelo menos seus pais aceitam que esta é a sua natureza e já sabem prevenir seus momentos mais severos. O pequeno James tem a sorte de ser compreendido em idade tão tenra.

Histórias como essas ilustram dois dos aspectos mais fundamentais do “encantamento de bebês”: respeito e bom senso. Assim como você não pode generalizar as recomendações para todas as pessoas, o mesmo se aplica aos bebês. Você não pode concluir que, só porque seu sobrinho gosta de ser segurado de determinada maneira enquanto come ou adora ser envolvido em um cobertor quando fica no berço, seu filho também irá gostar. Você não pode presumir que, só porque a filha de sua amiga tem uma disposição alegre e fala facilmente com estranhos, o mesmo acontecerá com a sua. Esqueça os sonhos. Você deve lidar com a realidade de quem seu filho é – e saber o que é melhor para ele.

Eu prometo que, se você observar e ouvir com cuidado, seu bebê comunicará precisamente de que precisa e como você deve ajudá-lo durante as situações difíceis.     

Por fim, esse tipo de empatia e compreensão facilitará muito a vida de seu filho, porque você o ajudará a enfatizar os pontos fortes e a compensar os fracos. E também tenho outra boa notícia: independentemente do tipo de bebê que você tenha, todas as crianças se sentem melhor quando a vida é calma e previsível.  

 

*Texto retirado do livro “Os segredos de uma Encantadora de bebês”, da autora: “Tracy Hogg“.

 

Beijinhos!

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